sábado, 26 de setembro de 2009
Marionete
Palavras, que fazer delas?
Me encantam, fascinam
E hipnotizada eu sigo
E tento fazer delas algo meu
Eu sei que zombam de mim
Sou apenas marionete
Debochado boneco sem vida
Caída, despida aos caprichos seus
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Deslocada
Deslocada
E se você teme
Voltar, mas não estar de volta
Chegar e não querer o agora
Pois o seu agora não é a mesma aurora
E você não tem mais paciência para ver o sol nascer?
E esse seu medo
De você não conseguir manter segredo
De que na verdade você é outra história
E que agora você não mais chora
E se esconde, atrás do seu antigo ser?
E se eu descobrir
Que tudo que eu temia aconteceu
Que esse “você” é na verdade “eu”
Que o que será, não é o que seria
E o que eu terei, não é o que eu teria
É culpa minha se eu também sofrer?
Antítese
Quando...
Quando...
Quando eu crescer, quero ser poeta
Encantadora de palavras
Quero saber esculpir versos
E cultivar estrofes
Quero plantar rimas
E colher sonetos
Mas enquanto eu não cresço
Eu brinco de escrever
As idéias, minhas bonecas
Eu visto com clichês
E ponho pra dormir
E me ponho a ninar
Quando eu crescer, quero ser poeta
Eu só não quero crescer
Quando eu crescer, quero ser poeta
Encantadora de palavras
Quero saber esculpir versos
E cultivar estrofes
Quero plantar rimas
E colher sonetos
Mas enquanto eu não cresço
Eu brinco de escrever
As idéias, minhas bonecas
Eu visto com clichês
E ponho pra dormir
E me ponho a ninar
Quando eu crescer, quero ser poeta
Eu só não quero crescer
sábado, 18 de julho de 2009
Vazia
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Degustar
Degustar
O sommelier entende
Reconhece
O especialista perceba
Ele serve o vinho em uma taça de cristal
E analisa a cor
O tom
O sommelier conhece a aparência
O odor.. Diferente processo
De algum modo semelhante
Calmamente, ele inala o perfume
Absorve o aroma
E ele avalia
Com ar de importância
O sommelier prova
O vinho beija seus lábios
O gosto inunda sua boca
E ele aprecia
Já eu?
Ah! Eu sou leiga
Eu não entendo o nosso vinho
Eu tiro o rótulo da garrafa
Eu bebo no gargalo
E me embriago
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Desarranjo
Desarranjo
Não, eu não sou um quadro
Cansei de me limitar em telas
E embelezar com molduras
Recuso formas
Exilo margens
Não quero mais contornos.
Porque o que eu quero é bagunça
Confusão
Eu quero esparramar a tinta pelo chão
Eu quero esparramar o corpo pela cama
Eu quero chama
Então vem
Me chama
Me leva, enleva
Que a minha alma clama
Por poesia
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Primavera
Primavera
Lugares são como quadros
Dependendo dos olhos de quem vê
Cores dominantes, como pintura
Cada lugar tem cores diferentes
É só observar
Aqui, eu já distingui
Aqui, é o azul, o verde.
Um toque de amarelo
Lá, é o laranja, o vermelho e o chocolate
Com um toque de amarelo
Será que os estados de espírito também têm cores? Diferentes olhos vêem diferentes cores ou é só que nem todo olho presta a mesma atenção?
Só eu que vejo esse amarelo?
Cada pintor tem uma interpretação diferente da paisagem.
Paleta
terça-feira, 14 de julho de 2009
Ventura
Ventura
Eu nunca acreditei em destino
Apenas acasos
Coincidências
Fortunas e infortúnios
Pessoas passam por sua vida
Cada uma deixa uma marca
Algumas mais visíveis e aparentes
Algumas insignificantes
Algumas bem escondidinhas
Onde ninguém mais vê
Eu não acredito em destino
Só em escolhas
Escolhas que têm de ser tomadas
Você queira ou não.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Intervalo
Intervalo
Na minha janela
Eu desacelero o mundo
Recupero o fôlego
Da minha janela
Eu vejo as cores
Ah! Minhas cores...
Que são todo dia a mesma cor
Mas a cada hora mudam de cor
Da minha janela
Eu vejo pássaros
E flores
Eu vejo o céu e a serra
Pessoas e casas
Areia e cimento
Concreto e tijolo
Eu vejo a luz
Na minha janela
Eu ouço música
Divido sons e letras
Me inspiro
Na minha janela
Rascunho o que chamo de versos
Eu vivo poesia
Na minha janela, eu sou poema
Na minha janela, eu sou, finalmente, eu.
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