
Palavras, que fazer delas?
Me encantam, fascinam
E hipnotizada eu sigo
E tento fazer delas algo meu
Eu sei que zombam de mim
Sou apenas marionete
Debochado boneco sem vida
Caída, despida aos caprichos seus
Não, eu não sou um quadro
Cansei de me limitar em telas
E embelezar com molduras
Recuso formas
Exilo margens
Não quero mais contornos.
Porque o que eu quero é bagunça
Confusão
Eu quero esparramar a tinta pelo chão
Eu quero esparramar o corpo pela cama
Eu quero chama
Então vem
Me chama
Me leva, enleva
Que a minha alma clama
Por poesia